Dra. Débora Christina Ribas D'Ávila

Ed. Life Town Cambui, rua dos Alecrins, 914, sala 408 , fone (19)99478-6060, Campinas, São Paulo, Brazil

24/01/2010

GESTAÇÃO E USO DE DROGAS

Uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas em Adolescentes Grávidas

Um estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que avaliou a prevalência do uso de drogas durante a gestação de mil adolescentes atendidas em um hospital público de São Paulo, verificou que o consumo de tabaco foi de 17,3%, álcool 2,8% e drogas ilícitas 1,7%.
Quase um terço das grávidas no Brasil são adolescentes, considerar que 17,3% delas fumavam durante a gestação é uma estatística alta e preocupante, podendo provocar impactos no feto.

As adolescentes que fumavam disseram que ingeriam, em média, cinco cigarros por dia e, do total das que disseram consumir álcool, 26,6% admitiram ter ingerido pelo menos em uma ocasião durante a gestação, sendo 2,8% de forma abusiva.

No que se refere a outros tipos de drogas, como maconha e cocaína, além das 17 (1,7%) que admitiram ter usado durante a gestação, seis (0,6%) relataram uso de droga injetável e 24 (2,4%) disseram ter tido relação com um parceiro usuário de droga injetável.

“Apesar de ficarmos mais atentos à questão do uso de álcool e drogas, que obviamente é o que mais nos preocupa, o assunto da gravidez na adolescência também é um problema de saúde pública muito maior do que imaginávamos”, disse Dr. Ronaldo Laranjeira.

81,2% não tinham planejado a gestação, 60,2% associavam o abandono da escola com a gravidez e apenas 23,7% faziam uso de método contraceptivo. Em relação ao comportamento sexual, a média de idade de início de atividade sexual foi de 15 anos, variando de 10 a 19 anos.

Quanto à estrutura familiar, o estudo mostra que apenas 7,2% das mulheres eram casadas legalmente, mas 62,7% delas disseram viver com um companheiro.

Mulheres que bebem álcool em excesso na gestação podem afetar o DNA do feto, alterando a forma como os genes se expressam. É o que revela um estudo assinado por pesquisadores australianos, publicado na revista “PLoS Genetics”.

A ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez atinge a corrente sanguínea, passando, em seguida, para o feto através das trocas de nutrientes na placenta. Os danos resultantes desse abuso são chamados de Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF).

Estudos anteriores já haviam revelado que uma série de fatores durante a gravidez pode causar modificações epigenéticas — nas quais o ambiente interfere e controla a atividade genética — no DNA do feto. Tais mudanças não afetam o código genético, mas alteram a forma como os genes se expressam.

Os recém-nascidos expostos ao álcool apresentaram os mesmos sintomas que crianças atingidas pela SAF, como baixo peso e cabeça menos desenvolvida.


Malefícios do cigarro são ainda maiores entre o sexo feminino: além dos problemas diretos que aparecem por causa do tabagismo como enfisema pulmonar, a bronquite crônica e o câncer, o envelhecimento precoce da pele, a embolia pulmonar e as mudanças na voz também aparecem na lista de efeitos do cigarro no organismo feminino.

O tabagismo durante a gravidez diminui a irrigação sanguínea do nenê. Com isso, ele nasce com baixo peso, pode desenvolver um risco maior de ter câncer, problemas respiratórios, nascer com defeitos congênitos, o estrabismo também está relacionado com o fumo na gravidez.

Mulheres que fumam na gravidez têm um maior risco de ter um filho hiperativo e com problemas de atenção na escola, mesmo que a maioria dos meninos (61,6%) e meninas (71,7%) não tenha apresentado problemas de saúde ligados ao tabagismo materno, os riscos de sofrerem de problemas de atenção e comportamento aumentavam consideravelmente quando as mães fumavam na gestação. O fator mais importante parece ser fumar ao longo da gestação, do que a quantidade de cigarros.

Além disso, as filhas de mulheres que tinham parado de fumar na gestação tinham menor risco de problemas de comportamento do que aquelas cuja mãe nunca fumou - o que levou os especialistas a concluírem que a capacidade da mãe de parar de fumar poderia ser uma característica de "contenção e temperamento fácil" herdado pela filha.



Álcool e fumo afetam fertilidade



Duas pesquisas inéditas, realizadas com homens goianos inférteis, comprovam a relação direta entre a infertilidade e o consumo frequente de álcool e fumo. Os estudos analisaram o material genético desses homens, que procuraram ajuda médica juntamente com suas mulheres para a dificuldade de o casal ter filhos. Quase três de cada dez homens que declararam consumir bebidas alcoólicas manifestaram baixa ou nula produção de espermatozóides. Entre os fumantes, a variação é até nove vezes maior, em comparação com quem não fuma.

Pesquisas em andamento analisam os efeitos da bebida e do cigarro para a infertilidade feminina.

Os pesquisadores descobriram que 78,9% dos homens com alteração do número de espermatozóides apresentam uma variação num gene específico.

O grupo também descobriu as razões para a manifestação da endometriose nas mulheres. A doença, em que células do útero chegam ao abdome e provocam infecção e dor intensa, está entre as principais causas de infertilidade feminina. A raiz genética do problema é um entrave nos tratamentos para a infertilidade.

Na pesquisa com o andrógeno, um hormônio sexual masculino importante para a formação dos espermatozóides. O gene decisivo para a produção do andrógeno sofre influência do álcool no organismo.

Quase 30% dos homens que, apresentaram baixa ou nenhuma produção de espermatozóide declararam consumir álcool. Em alguns casos, foram identificadas alterações no formato do espermatozóide, que impedem a fecundação com o óvulo. Uma quantidade insignificante de homens que não bebem apresentou mutações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário