Dra. Débora Christina Ribas D'Ávila

Ed. Life Town Cambui, rua dos Alecrins, 914, sala 408 , fone (19)99478-6060, Campinas, São Paulo, Brazil

31/01/2010

ANTIDEPRESSIVO, GESTAÇÃO E ALEITAMENTO

Uso de antidepressivos atrapalha o aleitamento materno.

O uso de drogas antidepressivas pode atrapalhar consideravelmente a amamentação, segundo estudo da Universidade de Cincinnati, nos EUA. De acordo com os especialistas, antidepressivos como a fluoxetina, a sertralina e paroxetina afetam o humor, as emoções e o sono, além de poderem ter um efeito na regulação da serotonina nos seios, colocando as mães sob maior risco de ter um atraso no estabelecimento de uma oferta completa de leite.

Em estudo observacional de 431 “mães de primeira viagem” no pós-parto, os pesquisadores descobriam que a média de tempo do início da lactação era de 85,8 horas pós-parto para as mulheres tratadas com antidepressivos, e de apenas 69,1 horas para aquelas que não tomavam esses medicamentos. E, segundo especialistas, a ativação secretória ocorrendo com mais de 72 horas após o parto é considerada atrasada.


Antidepressivos na gravidez e na amamentação: tomar ou não tomar?



Sabe-se que a gravidez pode não só desencadear, como agravar a depressão.

O risco do uso de antidepressivos na gravidez está ligado aos possíveis efeitos teratogênicos, isto é, de má-formação do feto. Além disso, há possibilidade de interferência no peso e no desenvolvimento do bebê.

Tomar remédio é um risco para o bebê. Porém, não tomar também pode prejudicar as gestantes: 70% das que abandonam o tratamento têm recaídas.

“Existe muito preconceito e, por isso, é mais fácil para um médico decidir tratar uma hipertensão ou bronquite do que a depressão na gravidez”, afirma o psiquiatra italiano Salvatore Di Salvo, diretor do Centro de Depressão, Ansiedade e Ataque de Pânico de Turim. “A tendência é sugerir que a paciente enfrente seu problema sozinha, com força de vontade e caráter. Mas esse conselho serve apenas para aumentar seu sentimento de culpa e inadequação”, completa.

Prevalência

Estima-se que 14% a 23% das mulheres podem ter sintomas de depressão durante a gravidez, e 10% delas desenvolverão a doença em seu nível mais grave, especialmente se houver suspensão da medicação enquanto se está tentando engravidar. E as chances de uma depressão pós-parto para quem já sofre da doença em sua forma crônica, segundo os especialistas, é de 15% a 20%.

“De modo geral, os antidepressivos não aumentam o risco de má-formação, que em situações normais é de 1% a 4%”, diz o psiquiatra Joel Rennó Jr., Coordenador Geral do Programa de Saúde Mental da Mulher (Pro-Mulher), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Por isso, ele defende que os remédios sejam receitados quando os benefícios superarem os riscos.

Rennó comenta que muitas vezes os sintomas das grávidas são subdiagnosticados. “Cansaço, fadiga excessiva, crises de choro - questões triviais em uma gestação comum - podem ser sinais não só da depressão, mas de outros transtornos. Se esses sinais não forem identificados, mais tarde se manifestarão de forma exuberante no pós-parto”, completa.

E o bebê?

Se tomar remédios pode ter efeitos indesejados, não tratar a depressão também pode ter consequências para o bebê . Por causa da doença, essa mãe, durante a gestação, pode ter impulsos suicidas, recusar-se a se alimentar corretamente, bem como ausentar-se das consultas do pré-natal, com severas consequências.

O psiquiatra italiano afirma que os estudos mostram que os possíveis efeitos dos remédios às crianças se resumem a leves sintomas motores, menor coordenação ou tremores, arrepios, hipoglicemia, icterícia e até dificuldade respiratória, que tendem a desaparecer espontaneamente em poucas semanas.

Remédios

Os antidepressivos mais usados entre as gestantes, atualmente, são os que atuam na serotonina, como a fluoxetina e a sertralina. “Há apenas uma exceção, a paroxetina, que tem sido relacionada à má-formação cardíaca. Fora isso, esses remédios são considerados seguros mesmo até a 12ª semana de gestação”, informa Rennó.

Durante a amamentação, “onde, reconhecidamente, o remédio é passado para o bebê, se a dose for mínima, os efeitos para ele também serão mínimos. Todavia, alguns médicos preferem indicar o aleitamento artificial, para preservar o bebê e também para não submeter a mãe a mais estresse”, conclui Di Salvo.

Custo-benefício

Segundo o psiquiatra David A. Kahn, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Colúmbia, nos EUA, médicos devem seguir os seguintes critérios: “Se houve apenas um episódio e a futura mãe não apresenta sintomas no período de seis meses, a medicação pode ser suspensa antes da concepção. Para prevenir, a psicoterapia pode ser indicada”. “Mas se ela tiver um histórico de depressão severa, com múltiplos e prévios eventos, a recomendação é que ela continue com a medicação, mesmo durante a concepção. Se ela já está sendo medicada e engravida, o médico pode optar pela substituição do medicamento por algum cujos efeitos sejam mais conhecidos, e o tratamento deve seguir durante a gestação", continua. Há apenas uma situação em que ainda não há acordo: quando a paciente teve apenas um episódio, mas grave, de depressão.

DEPRESSÃO EM BEBÊS

Bebês também podem sofrer depressão

Ansiedade, agitação constante, depressão. Por mais incrível que pareça, os bebês podem apresentar esses sintomas. Eles estão relacionados com problemas de transtornos psiquiátricos e se não forem tratados com antecedência, isso refletirá no futuro.

Os transtornos psicóticos são evidenciados em bebês através de reações simples como uma forma de deitar ou choros incontroláveis, não atendimento a chamados ou, até mesmo, atitudes demasiadamente quietas. Essas ações precisam ser analisadas dentro de um conjunto, sempre levando em consideração o ambiente no qual o bebê vive e as doenças familiares.

A ansiedade apenas pode ser qualificada como transtorno no bebê se persistir por pelo menos duas semanas e interferir no funcionamento do sono, da alimentação, da comunicação com os pais e das brincadeiras. É preciso ficar atento porque outros tipos de transtornos podem ser confundidos com o de ansiedade. É o caso do transtorno de estresse traumático, quando as dificuldades e os problemas surgem após um trauma evidente.

Estudos têm revelado que crianças com transtornos ansiosos não tratados correm risco de se tornarem adolescentes e adultos tímidos e com grandes dificuldades de relacionamento. A vulnerabilidade, nestes casos, para o uso de álcool e de drogas está em torno de 20% a 30% das pessoas com timidez, que começam a utilizá-los para relaxar. São freqüentes também os problemas profissionais, como a recusa por cargos que exigem contatos sociais. Investir em prevenção é, portanto, mais humano, lógico e barato. O tratamento, no caso de ansiedade, é feito através de ludoterapia e terapia familiar.

O ambiente da casa, o ritmo de vida do bebê e outros sintomas como falta de resposta a estímulos também devem ser levados em consideração.

O principal transtorno psicótico tem origem genética e é representado pelo autismo. As manifestações desta doença são bem características, como o constante balançar de cabeça, a posição imóvel por muito tempo e a concentração e fixação em atividades repetitivas. Os problemas mais recorrentes são cognitivos e afetivos. Nestes casos, o tratamento pode aliar técnicas da terapia comportamental e auxílio farmacológico.

26/01/2010

IMPORTÂNCIA DO PAI NA GESTAÇÃO

Começando na primeira ecografia e indo até ao momento do parto, o acompanhamento e apoio do pai do bebê é determinante para a mãe, e consequentemente para o bebê. Ir às consultas de pré-natal, estar presente nas aulas de preparação para o parto e finalmente estar na sala de parto facilita em muito a formação do vínculo papai-bebê.

São nove meses de especial compreensão e atenção para aquele novo ser que se prepara para nascer e o pai tem que se empenhar tanto como a mãe para que tudo corra bem. O feto ouve a voz paterna e percebe a influência que exerce em sua mãe, através dos batimentos cardíacos, produção hormonal e corrente sangüínea. Tudo quanto afeta positiva e negativamente sua mãe, afeta-o também e as questões conjugais entram em jogo com um grande peso, já que são as que mais atingem emocionalmente a gestante.

A voz paterna é tão importante para a criança que se o pai se comunicar com ela ainda in útero, a criança é capaz de reconhecê-la e de reagir, logo ao nascer. Assim, se por qualquer obstáculo mãe e bebê são separados após o nascimento, e se a mãe estiver impossibilitada de acompanhar sua recuperação, o pai deve assumir e estabelecer contato com ele para que não perca seus referenciais intra-uterinos, podendo sentir-se novamente em segurança. O pai poderá assumir a função que lhe é de direito e de amor e o vínculo paterno-filial irá se fortalecendo com o passar do tempo, aumentando seu envolvimento e prazer em acompanhar o desenvolvimento da gestação.

Desejar um filho é completamente diferente de se projetar como pai. E isto é válido também para a mulher. Enquanto o desejo de um filho situa-se no plano da fantasia, onde todas as expectativas são idealizadas, projetar-se como pai remete-o à realidade das responsabilidades que deverão ser assumidas e pelas quais também se percebe inseguro e despreparado.

O pai também se encontra em estado regressivo, quando os conflitos infantis, conscientes e inconscientes, são reatualizados, principalmente no tocante à relação com os pais de origem, em especial, com a figura paterna.

Embora o homem e a mulher contribuam igualmente para a concepção do filho, é a mulher que vai vivenciar as transformações físicas e sentir o bebê crescer dentro de seu corpo. Isto causa muita inveja e ciúme no homem por não poder participar diretamente da díade mãe-bebê, o que pode levá-lo a sentir-se excluído da relação.

Infelizmente, alguns homens excluem-se da relação, como se não pudessem ou devessem ter acesso à gravidez. Culturalmente, ainda se lhes encontra enraizado que a demonstração de ternura e os cuidados para com um bebê vão contra o conceito de masculinidade. Outros, ainda, sentem-se incompreendidos e desamparados em suas angústias e ansiedades, pois também se percebem fragilizados, cheios de dúvidas e com medo do futuro e saem em busca de amigos, ficando cada vez mais afastados do ambiente doméstico, sofrendo sozinhos.

A psicologia pré-natal, com seus estudos cada vez mais avançados, tem demonstrado a importância para o feto do contato precoce com a figura paterna. Quanto mais cedo o vínculo é formado, tanto pelo contato físico no ventre da mulher quanto pela emissão de palavras, maiores benefícios emocionais trarão após o nascimento, pois o bebê necessita tanto dos cuidados maternos quanto dos paternos, visto ser receptivo e sensível a estes, principalmente se tiveram início na vida intra-uterina.

Como a criança já guarda lembranças na vida pré-natal e é capaz de retê-las, a ligação profunda e intensa pai-feto é essencial para o continuum do vínculo pós-nascimento. Este pai, então, deixa de ser mero provedor para compartilhar dos cuidados básicos com o bebê, bem como de sua educação e desenvolvimento físico-emocional.

Mas os limites de cada um devem ser respeitados. Há pais que por não conseguirem experienciar a troca de fraldas, assumem outras tarefas como dar banho, alimentar, levar a passear. Sendo assim, podem revezar com a mulher, deixando de sobrecarregá-la e de se sobrecarregar, ficando ambos mais disponíveis emocionalmente para o bebê. Além do contato com ele, o homem também tem uma função importante como companheiro, pois transmitindo amor e segurança à mulher, colaborará para que ela acolha mais intensamente seu próprio filho.

O reatamento das relações sexuais também são fonte de grande angústia do homem, visto ainda estar em estado regressivo. O temor de machucar a mulher ressurge com a mesma intensidade que na adolescência, o que causa grande insegurança na parceira por perceber este distanciamento como uma rejeição a si mesma.

Alguns homens se afastam da mulher por estarem ainda ressentidos pelo abandono sofrido durante todo o processo da gestação, o que lhes causou sentimentos de intenso ciúme e rivalidade para com o filho, tal como ocorrem quando nasce um irmão. Outros, ainda, por sua história pessoal, modelos parentais ou culturais, vêem em suas parceiras apenas a imagem materna, o que tornam as relações sexuais inviáveis. Para outros, ao contrário, a parceira fica ainda mais sedutora, pois foi quem gestou seu filho, prova viva de sua virilidade.

A presença ou não do homem na sala de parto, é outra questão que surge e que depende do desejo e disponibilidade do futuro papai. Há homens que não se sentem à vontade para assistir o parto, pois além de revivenciarem a reatualização da angústia do próprio nascimento, teriam que suportar a culpa e responsabilidade, que muitas vezes surgem, ao se depararem com o que a parceira está vivenciando fisicamente. Outros assumem a tarefa sem dificuldade, funcionando como suporte emocional da mulher e de acolhimento ao bebê nesta sua vinda ao mundo aéreo.

Assim como a puérpera, o homem também experiencia a depressão pós-parto, temendo não ser capaz de assumir a nova família, de ser bom pai e, principalmente, temendo perder o lugar que tem junto à companheira, pois sabe que seu filho irá exigir toda sua atenção e cuidados nos primeiros meses.

De qualquer maneira, homem nenhum passa imune ao processo de gestação e do nascimento de um filho. Com a evolução dos estudos sobre a relação paterno-filial, desde a vida intra-uterina, muitos homens estão se conscientizando e assumindo a paternidade de modo mais responsável, valorizando a importância de sua participação na vinda e na vida de seus filhos.

Com isto, homens e mulheres poderão estabelecer vínculos mais solidários e sólidos, independentemente da sitiuação do vínculo afetivo, o que certamente irá produzir gerações futuras de crianças emocionalmente mais ajustadas, estáveis, seguras e, portanto, muito mais felizes.

Nos últimos dias de gestação o pai deve estar sempre contactável, a mala e a documentação prontas e seu papel é ainda mais especial para com a mulher. O essencial é manter a calma e esperar que tudo corra pelo melhor. Dar entrada no hospital e participar do parto, usufruindo desse momento mágico: uma nova vida nasce, o seu filho.

Se a mãe não se opuser e o pai desejar, o ideal é estarem ambos na sala de partos. A presença do pai torna o parto mais fácil e a mulher sente-se mais segura, o pai pode cortar o cordão umbilical e entregar o bebê à mamãe. Estes momentos são inesquecíveis e fortalecem os laços entre pai, mãe e filho.

Hoje já é possível observar pais que não se deixam conduzir pelo velho estereótipo machista e curtem os filhos desde a gestação, participam de curso para casais grávidos, lêem revistas e livros especializados e buscam sites que falam sobre bebês. Mais tarde sentem prazer em ajudar a trocá-los, embalam-nos carinhosamente, fascinam-se ao acompanhar seu desenvolvimento e dispõe-se a cuidar deles enquanto suas mulheres desfrutam de um pouco de privacidade, descanso e silêncio.

Quando caem os tabus, é maior a liberdade social e cultural de improvisar o papel do pai. Se o homem quiser, poderá ficar mais próximo, estabelecer uma relação mais direta e imediata com a criança, ter acesso ao filho desde o nascimento. Pode pegá-lo, trocá-lo passar pomada no bumbum, limpar o curativo do umbigo, dar-lhe banho, vesti-lo, acalentá-lo, deitá-lo, dar-lhe mamadeira , levá-lo para a mulher amamentar... quando a criança cresce o pai pode dar a mamadeira, o mingau, preparar a sopa de legumes, o suco de laranja. E mais tarde arrastar-se pelo chão, engatinhar com ele, ensinar-lhe palavras, cantar, ajudá-lo a andar, manipular seus brinquedos, contar histórias para ele...

É fácil ser pai quando se está disponível, quando não há medo, quando nos emocionamos. Quando ensinamos (através do abraço) nosso filho a ser um pai ou mãe muito mais afetivo, generoso e feliz.

Lembre-se: Não se nasce um bom pai, torna-se um...



As mudanças sociais e culturais ocorridas na contemporaneidade, mostram uma nova postura da mulher na sua relação com o casamento, a maternidade e o homem, ocasionando uma nova perspectiva no exercício das funções materna e paterna.

O lugar da lei, da referência e da ordem tem sido preterido a pretexto do prazer, do amor, da felicidade, da criatividade". A "predominância da ideologia do amor", tem trazido aos pais uma dificuldade de assumir o lugar da lei, de se colocar no lugar de quem frustra, e com isso permitir à criança entrar em contato com sua história dolorosa, o que tem dificultado com que esta possa fazer seu luto simbólico e se organizar. Isto tem sido um dos elementos que temos percebido como alienadores na construção da identidade da criança/adolescente.

Cabe ao pai ser o suporte econômico e emocional da mãe, proporcionando-lhe a tranqüilidade necessária para que ela possa desempenhar seu papel. Ele deve ser aquele que se introduz na díade mãe-filho, com o objetivo de impedir que a relação fusional que os mantém unidos desde o nascimento se prolongue por muito tempo, impedindo o desenvolvimento da individualidade da criança.

O pai precisa agir como facilitador de separações, impulsionando o filho a seguir adiante. E a partir deste momento, ele se oferece como um elemento importante e fundamental para a identificação, que antes era um papel restrito à mãe.

Para tanto é importante também que o pai se predisponha a fazer parte desta relação. É preciso que ele adote afetiva e efetivamente seus filhos, pois sabemos que pais ausentes ou muito distantes podem favorecer o aparecimento de problemas de personalidade nas crianças e também de dificuldades de interação com os companheiros.

O exercício da função paterna pressupõe muito mais do que a simples presença masculina na relação com o bebê. Acreditamos que essa função se localiza no espaço de subjetivação do exercício do poder, entendido como a representação da Lei, como representação simbólica do mundo. Em todos os ordenamentos escritos, essa referência à família enquanto lugar de transmissão da lei pode ser resgatada historicamente, declaradamente, em torno dos pais (ex: os mandamentos bíblicos e o lugar do pai no Direito Romano, que compreende a noção de pátrio poder).

Se a "lei do pai' é aceita e internalizada progressivamente pela criança, esta passa a se ver em um mundo com as outras pessoas, não só no mundo todo dela ou só para ela. A entrada no mundo humano marca a despedida da onipotência infantil, além de ressaltar para a criança o contato com os próprios limites, com a alteridade e com a morte.

O pai, juridicamente era o chefe da família e tinha a função de transmitir as leis, ordenando as relações familiares por meio das normas recebidas de seus ancestrais ou decifrando as normas constituintes da cultura na qual estava inserido. A obediência à lei é um ato de filiação.

Ao se constituir Lei a Função Paterna favorece a formação do Superego, ao propiciar para a criança e para o adolescente a possibilidade da interiorização de uma série de regras morais que são fundamentais para o convívio social. O pai é o 'sustentador da lei'

A presença da autoridade garante o funcionamento das instituições ou de quaisquer formações coletivas. Deste ponto de vista, o bom funcionamento de uma sociedade resulta da aceitação comum de códigos culturais, de normas ou de leis impostas e/ou introjetadas, que sejam capazes de assegurar minimamente a permanência do que se costuma chamar de vínculo ou laço social.

O pai suficientemente bom é aquele que quer um desenvolvimento saudável para seu filho, dentro das potencialidades de cada um, ensinando-o a viver no mundo real, e no aconchego do seio familiar Ao representar o primeiro terceiro que entra na vida da criança, como um ser absolutamente diferente e com autonomia, ele permite ao filho se perceber como um ser integrado e autônomo.

Para Winnicott , a agressividade pode tomar vários caminhos, e estes estarão em estreita relação com a resposta ambiental: o desenvolvimento normal da capacidade de inquietude e duas alternativas patológicas que seriam a não-capacidade para a inquietude e a formação do falso-self, ligado à questão da tendência anti-social.

A paternidade é um grande ancoradouro de valores éticos e morais para nossas crianças e jovens, sendo assim, a palavra pai, nesse novo contexto, deixa de representar uma atitude distante e precisa ser substituída pela palavra participação.

No momento em que o pai apresenta o mundo externo ao filho, e, lhe ensina a alçar vôos mais livres e independentes, sem fazer com que essa liberdade seja sinônimo de dor ou algo ruim, podemos dizer que começamos a vislumbrar um novo perfil de indivíduos, com um superego forte e equilibrado, mais maduro e preparado para exercer seu papel na sociedade e também de futuros pais.

A ausência ou a perda das referências nos faz acreditar que isso pode significar o fracasso do indivíduo, assim como o fracasso social, inviabilizando a interiorização da imagem e da metáfora paterna, levando a impossibilidade da interiorização coletiva da lei.



Se vivemos em 'um mundo sem limites', pela falta de referenciais paternos, pode-se favorecer com que os filhos abandonados se deixem levar pela violência, pelas condutas adictivas e por manifestações ditas borderline.

A criatividade na adolescência está intimamente ligada à noção de limite. A falta deste impede que o adolescente exercite sua capacidade de pensar, de ser criativo e espontâneo e impede ainda que o adolescente organize sua mente, pois o limite ajuda nesta organização.

Ter a lei como referência em nível social é poder imaginar uma possibilidade de ordem democrática em que haverá igualdade entre os seres humanos. Manter a lei paterna como referência permite acessar ao reconhecimento da alteridade e querer ser reconhecido em sua própria alteridade.

Será que os pais estão transmitindo aos jovens valores, regras e normas morais e sociais? Como os pais de adolescentes estão se vendo no exercício desta função como transmissores destes valores, normas e regras?

Os quatro valores menos sentidos pelos adolescentes como tendo sido transmitidos pelos pais foram: ética, cidadania, respeito ao meio ambiente e competitividade. Os jovens disseram da importância de ter o pai por perto e como elemento de identificação. A mãe foi a principal referência apontada, tanto pelos adolescentes, quanto pelos pais.

A questão básica é se os pais se reconhecem nas respostas dos adolescentes como transmissores de valores. Percebemos que eles se vêem neste exercício sim, mas que se encontram muito confusos quanto ao exercício deste papel. Se vêem muitas vezes num espaço em que não se sentem seguros de que podem exercer o que sabem e como acreditam que deveria ser, por se sentirem pressionados pelo meio social e cultural, por aquela política de prazer que citamos inicialmente. Mesmo assim acreditam que o façam.

É importante observar que mesmo que o adolescente e o pai tenham apontado obstáculos no relacionamento pai - filho, aquele ainda é reconhecido no exercício da Função Paterna como um dos importantes elementos na transmissão de valores e normas sociais.

Percebemos com a pesquisa que os filhos buscam no lar não somente o prazer, mas também os limites, limites estes que se não são encontrados ali, serão algumas vezes impostos através de sanções para condutas delinqüentes.

Paralelo a esta pesquisa realizamos um trabalho com pais de adolescentes em conflito com a lei, e pudemos observar seu freqüente apelo à figura do Juiz, como um princípio ordenador. Os pais, sofrendo com um distanciamento da relação com o filho, encontram-se, muitas vezes, em um lugar em que perderam o controle do estabelecimento dos limites, das regras. Em suas falas, traziam a esperança de que uma autoridade frente ao filho, em relação à necessidade de um limite, fosse resgatada pelo Juiz.

Uma queixa constante apresentada pelos pais é a falta de controle sobre seus filhos, que não apresentam mais submissão às regras e limites estabelecidos dentro de casa.

Nos vimos diante de pessoas que sofrem por se sentirem muitas vezes impotentes diante do que aconteceu e acontece ainda com sua família.

Nos deparamos com um pai, que de sua impotência descobriu sua capacidade de exercer a "lei paterna", e o fez com muita propriedade. O que vimos foi um pai que mantinha o controle sobre seu filho e conseguia que ele se mantivesse afastado das drogas, frequentando as aulas, participando dos cultos religiosos, que faziam parte da cultura daquela família. E quando encontrávamos com aquele adolescente percebíamos que ele trazia uma expressão de tranquilidade e alegria no seu semblante. Este jovem cumpria medida sócio-educativa. O pai via na justiça um espaço de ajuda, que lhe permitiu resgatar seu poder de pai.

Por outro lado, encontramos uma mãe, que abandonada pelo marido e pai de seu filho adolescente, se via impotente diante das transgressões/desvios que este realizava. Este jovem, apesar de estar envolvido com o tráfico de drogas, de estar furtando, de não frequentar escola, não estava naquele momento "envolvido com a justiça". Isto dava a ele no nosso entender, um reforço em seu sentimento de onipotência, "de que com ele nada aconteceria". Apesar de estar sob a "tutela" do conselho tutelar de sua cidade, não via na família ou na justiça a "Lei" que pudesse lhe dar "margem" para se conter e se organizar. Era um jovem que demonstrava a sua ansiedade com a inquietação. Mexia-se todo o tempo, desafiava a tudo e a todos. Sua mãe buscava ajuda em todos os espaços possíveis. Acreditava que a sua autoridade não seria suficiente para ser o continente que seu filho precisava ter. Ao se sentir impotente diante dele deixava-o desamparado, apesar de todo amor que demonstrava por ele. Ela acreditava que o "homem da capa preta" poderia ser este espaço de continência para seu filho, mas se ressentia de que se ela o denunciasse o perderia. Por não acreditar em sua capacidade de amar e ser amada, duvidava de que poderia recuperar o amor do filho. Talvez mais ainda: ela duvidava que a denúncia ao Promotor, pedindo sua intervenção, fosse um gesto de amor e proteção ao filho.

Nos vimos também diante de pais que se ressentiam da justiça por terem sido maltratados e terem visto seus filhos serem maltratados principalmente pela polícia. Estes pais tinham um sentimento de que a Lei não os ampararia, mas ao contrário seriam punidos até pelo que não tinham feito. Se sentiam acusados de serem os causadores do desvio dos filhos e sofriam por disso. Questionavam que se a justiça/polícia os acusava de serem responsáveis e lhes punia por isso, ao invés de estender a mão como eles pediam, quem poderia ajudá-los no controle do filho.

Acreditamos que se não conseguirmos recuperar a competência dos pais, será muito difícil "recuperarmos" estes jovens que neste momento vêem a lei - exercício da Função Paterna - no traficante, nas armas e na violência. Uma lei que por não estar contida nas regras sociais os leva para o caminho da exclusão e do desvio.

Winnicott (2000) ao trazer o conceito de Tendência Anti-Social, nos diz que a transgressão do adolescente é um gesto de esperança. Ele espera que através dela possa ser "visto" pelo contexto familiar e social. A justiça muitas vezes entra neste espaço, sendo para o adolescente o limite que a família tem dificuldade de exercer.

E qual o papel da instituição judiciária frente à formação humana e ao auxílio para os pais desenvolverem seu papel de competência? Para Selosse (1997), "a justiça para os menores, além do poder de sancionar uma conduta repreensível, dispõe de uma autoridade legal, aquela que diz a lei, para lembrar ao jovem delinqüente a existência de uma autoridade referente, o respeito à realidade externa e a dar conta dos direitos individuais".

Porém, vale lembrar ainda, segundo afirma Barros (2002), que as instituições que sustentam o 'nome do pai' e a lei também sofrem de um enfraquecimento generalizado, concomitante ao desprestígio da paternidade. Os códigos da cultura tem sido transformados em frágeis sinalizações que podem a qualquer momento ser transpostas, como se ultrapassa um sinal vermelho sem temer seus efeitos, como se mata um índio ao se confundí-lo com um mendigo.

É preciso, assim, que ajudemos aos pais a resgatarem sua competência, devolvendo-lhes o espaço que eles sempre tiveram ao longo da história na relação com seus filhos, espaço este que dava à criança e ao jovem a liberdade de criar/transgredir, porque tinha a certeza de que o seu ato teria consequência, o que favorece o seu espaço de crescimento pessoal, afetivo e social e acima de tudo o espaço de criação de novas normas e regras sociais, que possibilitam grandes e importantes mudanças sociais e culturais.






Licença-Paternidade


Nos termos do art. 7º, inciso XIX da CF/88 c/c art. 10, § 1º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CF/88, o prazo de licença-paternidade é de cinco dias. A concessão dessa licença representou uma enorme inovação na Constituição de 1988, já que antes, nenhuma Constituição Brasileira tratava sobre o tema.
A licença-paternidade possibilita ao pai ausentar-se do serviço, para auxiliar a mãe de seu filho, que não precisa ser necessariamente sua esposa, no período de puerpério (período que se segue ao parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher retornem à normalidade) e também registrar seu filho.
Importante, finalmente, reiterar que não é autorizado ao empregado faltar ao trabalho, injustificadamente, alegando, posteriormente, que estava de licenca- paternidade, sem que o empregador tenha ciência inequívoca do nascimento.

LIVROS RECOMENDADOS

"A Tenda Vermelha" - Anita Diamant


"A Tenda Vermelha" é um livro escrito por Anita Diamant, que conta a história de Dinah, filha do personagem bíblico Jacó e Liah, que vai crescendo em meio aquela época. A autora faz uma versão da história na visão de Dinah, apresentando os costumes na visão da mulher.


A tenda vermelha é descrita pelo livro como o lugar do feminino, as mulheres quando estavam no período menstrual ficavam reclusas em uma tenda vermelha, e é nesse lugar que partilhavam suas angústias e seus medos, lugar em que aconteciam os partos, onde realizavam as preces.

Através do olhar feminino de Dinah, ela descreve com clareza as aventuras das mulheres de sua tribo, as lutas e desafios em busca da construção do feminino.

As mulheres carregavam a prole e esse era o legado, o cuidado com os filhos. Hoje as atribuições são inúmeras, casa, marido, filhos, emprego. Será que nos perdemos diante desse papeis?

Interligando essa história com nossa contemporaneidade, qual e o espaço para o feminino, qual é a nossa tenda vermelha? Será que temos nossa Tenda Vermelha?

24/01/2010

GESTAÇÃO E USO DE DROGAS

Uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas em Adolescentes Grávidas

Um estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que avaliou a prevalência do uso de drogas durante a gestação de mil adolescentes atendidas em um hospital público de São Paulo, verificou que o consumo de tabaco foi de 17,3%, álcool 2,8% e drogas ilícitas 1,7%.
Quase um terço das grávidas no Brasil são adolescentes, considerar que 17,3% delas fumavam durante a gestação é uma estatística alta e preocupante, podendo provocar impactos no feto.

As adolescentes que fumavam disseram que ingeriam, em média, cinco cigarros por dia e, do total das que disseram consumir álcool, 26,6% admitiram ter ingerido pelo menos em uma ocasião durante a gestação, sendo 2,8% de forma abusiva.

No que se refere a outros tipos de drogas, como maconha e cocaína, além das 17 (1,7%) que admitiram ter usado durante a gestação, seis (0,6%) relataram uso de droga injetável e 24 (2,4%) disseram ter tido relação com um parceiro usuário de droga injetável.

“Apesar de ficarmos mais atentos à questão do uso de álcool e drogas, que obviamente é o que mais nos preocupa, o assunto da gravidez na adolescência também é um problema de saúde pública muito maior do que imaginávamos”, disse Dr. Ronaldo Laranjeira.

81,2% não tinham planejado a gestação, 60,2% associavam o abandono da escola com a gravidez e apenas 23,7% faziam uso de método contraceptivo. Em relação ao comportamento sexual, a média de idade de início de atividade sexual foi de 15 anos, variando de 10 a 19 anos.

Quanto à estrutura familiar, o estudo mostra que apenas 7,2% das mulheres eram casadas legalmente, mas 62,7% delas disseram viver com um companheiro.

Mulheres que bebem álcool em excesso na gestação podem afetar o DNA do feto, alterando a forma como os genes se expressam. É o que revela um estudo assinado por pesquisadores australianos, publicado na revista “PLoS Genetics”.

A ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez atinge a corrente sanguínea, passando, em seguida, para o feto através das trocas de nutrientes na placenta. Os danos resultantes desse abuso são chamados de Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF).

Estudos anteriores já haviam revelado que uma série de fatores durante a gravidez pode causar modificações epigenéticas — nas quais o ambiente interfere e controla a atividade genética — no DNA do feto. Tais mudanças não afetam o código genético, mas alteram a forma como os genes se expressam.

Os recém-nascidos expostos ao álcool apresentaram os mesmos sintomas que crianças atingidas pela SAF, como baixo peso e cabeça menos desenvolvida.


Malefícios do cigarro são ainda maiores entre o sexo feminino: além dos problemas diretos que aparecem por causa do tabagismo como enfisema pulmonar, a bronquite crônica e o câncer, o envelhecimento precoce da pele, a embolia pulmonar e as mudanças na voz também aparecem na lista de efeitos do cigarro no organismo feminino.

O tabagismo durante a gravidez diminui a irrigação sanguínea do nenê. Com isso, ele nasce com baixo peso, pode desenvolver um risco maior de ter câncer, problemas respiratórios, nascer com defeitos congênitos, o estrabismo também está relacionado com o fumo na gravidez.

Mulheres que fumam na gravidez têm um maior risco de ter um filho hiperativo e com problemas de atenção na escola, mesmo que a maioria dos meninos (61,6%) e meninas (71,7%) não tenha apresentado problemas de saúde ligados ao tabagismo materno, os riscos de sofrerem de problemas de atenção e comportamento aumentavam consideravelmente quando as mães fumavam na gestação. O fator mais importante parece ser fumar ao longo da gestação, do que a quantidade de cigarros.

Além disso, as filhas de mulheres que tinham parado de fumar na gestação tinham menor risco de problemas de comportamento do que aquelas cuja mãe nunca fumou - o que levou os especialistas a concluírem que a capacidade da mãe de parar de fumar poderia ser uma característica de "contenção e temperamento fácil" herdado pela filha.



Álcool e fumo afetam fertilidade



Duas pesquisas inéditas, realizadas com homens goianos inférteis, comprovam a relação direta entre a infertilidade e o consumo frequente de álcool e fumo. Os estudos analisaram o material genético desses homens, que procuraram ajuda médica juntamente com suas mulheres para a dificuldade de o casal ter filhos. Quase três de cada dez homens que declararam consumir bebidas alcoólicas manifestaram baixa ou nula produção de espermatozóides. Entre os fumantes, a variação é até nove vezes maior, em comparação com quem não fuma.

Pesquisas em andamento analisam os efeitos da bebida e do cigarro para a infertilidade feminina.

Os pesquisadores descobriram que 78,9% dos homens com alteração do número de espermatozóides apresentam uma variação num gene específico.

O grupo também descobriu as razões para a manifestação da endometriose nas mulheres. A doença, em que células do útero chegam ao abdome e provocam infecção e dor intensa, está entre as principais causas de infertilidade feminina. A raiz genética do problema é um entrave nos tratamentos para a infertilidade.

Na pesquisa com o andrógeno, um hormônio sexual masculino importante para a formação dos espermatozóides. O gene decisivo para a produção do andrógeno sofre influência do álcool no organismo.

Quase 30% dos homens que, apresentaram baixa ou nenhuma produção de espermatozóide declararam consumir álcool. Em alguns casos, foram identificadas alterações no formato do espermatozóide, que impedem a fecundação com o óvulo. Uma quantidade insignificante de homens que não bebem apresentou mutações.

RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

Quem mama no peito tem saúde mental melhor



A amamentação no peito por pelo menos seis meses ajuda a proteger a saúde mental das crianças até a adolescência ("Journal of Pediatrics").

Bebês amamentados por mais tempo têm melhor saúde mental porque a amamentação tem um efeito positivo no desenvolvimento de aspectos neuroendócrinos, necessários para uma melhor resposta ao estresse. Componentes bioativos do leite também influenciariam nessa resposta.

A mulher tem, através da experiência da gravidez e do parto, a oportunidade de elaborar traumas antigos relacionados com as suas próprias experiências infantis, o mesmo ocorrendo com a amamentação. A amamentação tem uma importante função na reparação da separação entre a mãe e o bebê (o trauma do nascimento). Esta separação provocada pelo nascimento pode ser vivenciada por muitas mulheres como uma perda abrupta, como uma separação traumática entre ela e o bebé. Com a vivência do aleitamento materno e da intimidade estabelecida, a separação vai ocorrendo progressivamente, ajudando mãe e lactante a superar paulatinamente, contrastando com a repentina e abrupta separação que ocorre no momento do parto.

Há efeitos benéficos do aleitamento materno na qualidade da interação mãe-bebê que se repercute positivamente em outros contextos interativos - seus filhos exibem um maior número de iniciativas positivas ao nível do jogo, no contacto físico e nas expressões de afeto. Os bebês destas mães revelam um maior número de contatos físicos e de vocalizações e menor número de expressões de zanga nas interações com a mãe.

O ajustamento do bebê ao seio é extremamente importante. Nesse ajuste é fundamental que a mãe dê atenção ao ritmo do bebê e da sua sucção, pois é importante não só a alimentação em si, sob o ponto de vista nutritivo ou como protector de infecções, mas também a sua satisfação oral, o aconchego e o contacto físico.

Outro aspecto importante é o desenvolvimento da comunicação e dos processos de pensamento que se encontram intimamente relacionados com a relação mãe-bebê.



Amamentação está relacionada com os níveis de testosterona?

Recentemente, uma pesquisa norueguesa mostrou que a capacidade de amamentar pode ser governada pelos níveis de testosterona durante a gravidez.
Fatores como idade, educação e tabagismo foram levados em conta pelos noruegueses, mas, mesmo assim eles encontraram uma relação clara entre as baixas taxas de amamentação entre os três e seis meses de vida do bebê e altos níveis de testosterona da mãe.

A SAÚDE DE SEU BEBÊ DEPENDE DE SEUS HÁBITOS

O impacto do estilo de vida da obesidade, tabagismo e consumo de álcool associado à reprodução

A European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) relacionou os fatores obesidade, tabagismo e consumo de álcool com o potencial natural de reprodução humana dos pacientes nos resultados da fertilização in vitro, as complicações da gravidez e a saúde da futura criança.

“A pensar nos riscos da futura criança, os médicos da fertilidade devem recusar o tratamento a mulheres que bebam mais do que o moderado e que não estejam motivadas ou aptas para minimizar o seu consumo de álcool”, diz o ponto número um do comunicado da ESHRE.

“Tratar mulheres com obesidade severa ou mórbida requer justificação especial” e “a reprodução assistida só pode ser realizada com alterações no estilo de vida e se houver evidências fortes que essas alterações não põem em risco a criança, o tratamento, tornar desproporcional a relação custo efeito ou haver riscos obstétricos”.

A obesidade afeta o potencial reprodutivo, interferindo com o mecanismo hormonal e metabólico. Na prática, isto significa menor frequência da ovulação e consequentemente menor probabilidade de concepção.

O risco de diabetes gestacional dobrou em mulheres com excesso de peso e aumentou até oito vezes nas morbidamente obesas. Além da diabetes, as crianças de mães obesas estavam em risco de morte pré-natal, anomalias congénitas e cardiovasculares.

O risco de infertilidade é duas vezes maior nos fumadores. As fumadoras precisam de mais tempo para engravidar e têm um maior risco de abortar. Os homens com o mesmo vício correm o risco de produzir esperma de pouca qualidade e concentração. É ainda associado que as crianças, filhas de pais fumadores, têm menor peso ao nascer, um risco elevado de fendas orais e a Síndrome de Morte Súbita.

O consumo em excesso de álcool acarreta riscos para filhos, tais como anomalias físicas, comportamentais e défices cognitivos até à morte fetal ou parto prematuro.

Mesmo após apagado, o cigarro continua sendo prejudicial à saúde de quem não fuma. Isso porque as toxinas deixadas pela fumaça no ambiente, que aderem a uma variedade de superfícies, podem contaminar outras pessoas com substâncias potencialmente cancerígenas.

"Thirdhand smoke" ou fumo de terceiro grau -contaminação pelas substâncias maléficas do tabaco depois de o cigarro ser apagado- As crianças pequenas e os bebês são mais suscetíveis a esse tipo de exposição porque brincam e engatinham em lugares contaminados e levam as mãos à boca com mais frequência.